Reciclar produtos embutidos em chassis de plástico ou outros componentes, como leitores de MP3, telemóveis e PDAs, pode ser um processo moroso. Contudo, uma nova abordagem feita por Habib Hussein e David Harrison, dois investigadores da Universidade de Engenharia e Design de Brunel, no Reino Unido, promete tornar os trabalhos mais rápidos e eficientes.

Segundo os especialistas, é possível criar estratégias que tornem mecanizados os processos de desmontagem dos artigos quando estes se tornam obsoletos.

Como tal, estão a investigar a possibilidade de utilizar a técnica ADSM - Active Disassembly using Smart Materials -, no fabrico de artigos eléctricos e electrónicos de consumo. Esta técnica visa a utilização de materiais que actuem como elo de ligação dos componentes, uma espécie de gancho que junte todas as peças dos equipamentos mas que, quando sujeita a calor, se desprenda tornando o acto de desmontagem mais simples e rápido, já que elimina a necessidade de utilizar parafusos e outros materiais mais complicados de retirar.

O conceito assenta no efeito shape memory effect, que diz que os plásticos podem ser fabricados com determinada forma e moldados numa segunda fase. Nesta última, se o material for aquecido volta ao estado normal, aquele em que foi moldado no acto de fabrico.

No âmbito da investigação, os especialistas desenvolveram um chassis de plástico que, quando submergido em água quente se desmonta automaticamente e apuraram que este tipo de componente tem um período de vida útil de pelo menos dois anos sem se deteriorar.

Os responsáveis explicam que a utilização desta estratégia será um bom passo para melhorar os processos de reciclagem e para complementar a regulação europeia referente a desperdícios eléctricos e electrónicos que é concebida a pensar na redução de lixo nos aterros ao invés de concentrar alguns esforços nos processos de reciclagem ou na forma como os produtos são concebidos.


Fonte: Casa dos Bits