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Assunto: Casal troca o mar por casa de pneus
País: Brasil
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00909/0090909mar.htm
Data: 9/2009
Enviado por: Rodrigo Imbelloni
Curiosidade (texto):
Após quase 12 anos viajando ao redor do mundo a bordo de veleiro, Vera e Yuri Sanada naufragaram na costa do Rio de Janeiro, em 2005. A embarcação não era apenas a casa deles, mas também contemplava a produtora do casal, onde foram investidos US$ 400 mil. Quando viram tudo ir água abaixo, não se abateram. Iniciava-se, então, um período de renovação. Hora de colocar em prática um outro projeto mais antigo: a construção de uma casa orgânica, cujas paredes são de pneus inservíveis. Erguida na Serra da Mantiqueira, na Estância Turística de Joanópolis, a obra já tornou-se ponto de visitação. Próximo a Bragança Paulista e a dois quilômetros de Minas Gerais, terá mais de 400 metros quadrados - com direito a piscina e sauna. “Se fosse pequena, viraria hippie”, comenta Yuri. Se depender dele, a construção será exemplo tanto para quem tem alto poder aquisitivo, quanto para famílias pouco abastadas. A experiência deles foi apresentada no câmpus da Unesp (próximo à biblioteca), onde aconteceu o 1.º Fórum Empresarial de Responsabilidade Social e Sustentabilidade. “A ideia é que as pessoas possam olhar nossa casa e, depois, fazer casas populares, para elas mesmas. A primeira fase termina agora, no ano que vem (com a conclusão da obra). A segunda é fazer um grupo de casas populares em regime de mutirão. É ensinar as pessoas a fazer a própria casa com pneu, de produto reciclado, de barro, terra”, acrescenta Yuri. De acordo com ele, além do material usado na obra não ser usual, ela ainda tem um sistema diferente. A água, por exemplo, é reciclada quatro vezes antes de voltar à natureza. O esgoto é tratado ali mesmo. Modelo “A idéia fica 30% mais barata que uma construção normal. A gente fez um acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Entregam pneu no seu terreno para construir porque a indústria tem que reciclar pneus”, explica. Para obter licença e fazer quatro pneus, a indústria é obrigada a reciclar cinco, comenta o biólogo, produtor e roteirista Yuri. Recentemente também tornou-se pedreiro e mestre-de-obras. Com as mãos calejadas, ergue a própria casa que recebe o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Já que é para ser modelo, vamos residir. Temos que provar que funciona. Ela fica próximo a São Paulo. Fica fácil a visitação. No veleiro a gente já recebia escolas. O que a gente quer é que as pessoas aprendam e vejam como é no dia a dia”, afirma Vera. Ela relembra quando estavam numa feira de mergulho e viram, pela primeira vez, o projeto da casa numa revista de Jacques Cousteau. Desde então, procuraram o projetista e trocaram idéias, na época, por fax. O criador da proposta é do Novo México, nos Estados Unidos. Agora, se tudo der certo, tornará, inclusive, núcleos habitacionais brasileiros. O objetivo é que a comunidade beneficiada monte no início das obras e depois mantenha uma mini-indústria de reciclagem. “Depois que acabar a construção, continua gerando recursos para a própria comunidade. A busca pelo barco já foi essa coisa de querer autonomia sobre sua própria vida. Poder viajar de um país para o outro e controlar mais o ambiente onde mora”, finaliza ele. Renovação O casal Sanada naufragou num ponto conhecido como Cabo Horn brasileiro, ou seja, famoso pelas difíceis condições de navegação. Está situado logo depois da ponta da Joatinga, na costa do Rio de Janeiro. “Nós nunca tínhamos passado perrengue, até que o primeiro levou o barco a pique”, comenta Vera. Dois meses depois, ela e o marido já levavam uma mostra de cinema brasileiro para o Japão. “Foi muito rápida a recuperação porque nossa atitude foi de renovação. A água é símbolo de renovação. Começou, então, num novo ciclo da nossa vida”, diz Yuri. Faz 20 anos que estão juntos. Ele é biólogo e ela publicitária especializada em moda, se conheceram no consulado italiano em Londres, Inglaterra. Logo no início do relacionamento foram conhecer pessoas que moram em barcos no rio Tâmisa. “Ele era bem aventureiro. Já tinha feito o Brasil de bicicleta. Eu velejava e ele mergulhava. A gente juntou o útil ao agradável. Fomos morar em Israel, em kibutz para conhecer o sistema de comunidades”, comenta Vera. Depois viajaram de carona em embarcações, pagaram, receberam dinheiro por serviços prestados em alto mar. O paranaense de Londrina e a gaúcha de Nova Hamburgo conheceram cerca de 50 países. No Japão, tiveram uma escola de mergulho para brasileiros. Depois, já no veleiro, passaram a trabalhar com produção cultural. São roteiristas e produtores. Atualmente, dirigem um documentário para o Museu Britânico, uma série para o Fantástico e prestam consultorias de mar. “Já que a gente tem a possibilidade de transformar nossa realidade, por que não ajudar as pessoas? Então, a casa orgânica é também isso”, concluem. Outras informações podem ser obtidas no site http://www.aventura.com.br. Preocupação térmica Os pneus utilizados para erguer as paredes da residência de Vera e Yuri Sanada são aterrados. A idéia garante equilíbrio térmico ao imóvel. “A parede é de pneu maciço, muito grossa. Pode ter sol batendo o dia todo que o calor não entra. Em casa de concreto, bate sol 15 minutos e o calor já está dentro. Por ser embutida na terra, a nossa não (tem esse problema)”, explica ele. Yuri lembra quando morou com Vera no Japão, onde as paredes são de gesso com armação fina de alumínio por conta dos terremotos. “Não tem nenhum controle térmico. A gente buscava um modelo de casa, mesmo no barco, que controlasse mais a temperatura ambiente. Que tivesse menos gasto de energia para estar confortável”, explica. O imóvel contará também com cimento e ferros. O casal ainda gostaria de usar uma espécie de “madeira” feita com pet, mas o produto ainda é muito caro. “Não poderíamos morar numa casa normal. Não seríamos nós dois”, comenta Vera. O conceito da casa deles foi usado até por Bill Gates, que tem um imóvel embutido numa montanha, como se fosse uma gruta. Mas a tal sustentabilidade, tão pregada atualmente, é utilizada pelo casal há anos. Só a ideia da casa está prestes a completar maioridade. Fonte: JCNET

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