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Assunto: Técnica não garante 100% de recuperação do lixo
País: Brasil
Fonte: http://blogln.ning.com/profiles/blogs/tecnica-nao-garante-100-de
Data: 8/2010
Enviado por: Rodrigo Imbelloni
Curiosidade (texto):
LILIAN MILENA Da Redação-ADV Segundo a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), a maior parte dos resíduos sólidos urbanos produzidos no país tem baixa parcela de materiais recicláveis. Mesmo assim, o Brasil apresenta elevados índices de reaproveitamento de embalagens descartadas em comparação aos países desenvolvidos. Levantamentos realizados entre 2003 e 2007, pela associação, revelaram que o país recupera cerca de 46% de embalagens de vidro (somando 390 mil toneladas ao ano). Nos Estados Unidos o índice de reciclagem é de 40% (2,5 milhões de toneladas) e na Finlândia, 91%. Em 2004 o Brasil havia recuperado 79% do volume de papel ondulado (aquele utilizado para a produção de caixas) – em 2003 os Estados Unidos reciclavam 74% do material. Acesse ranking mundial de reciclagem no portal da ABRE Para alcançar 100% da recuperação de embalagens e demais resíduos recicláveis, não basta apenas investir em infra-estrutura ou tecnologias para baratear os processos. Deve-se acrescentar às ações a mudança de paradigmas entre os setores produtivos para que optem por materiais de menor impacto ambiental – o que já vem ocorrendo com o aumento da conscientização na sociedade. O designer industrial e professor da PUC-Rio, Augusto Seibel Machado, autor da pesquisa “A questão das embalagens e sua relação com a sustentabilidade”, destaca que toda a cadeia de produção de materiais para embalagens (seja ela de plásticos, vidros, papéis ou aço) apresenta prós e contras ao ambiente e a lógica econômica. Machado analisou os sistemas de embalagens para distribuição de tomates, a fim de relacionar as principais características que atendam a comercialização e a um modelo sustentável. Segundo o pesquisador, todo o sistema de produção de hortifrutigranjeiros do país está fundamentado no uso da caixa de madeira do modelo conhecido como “K”, existindo resistência de grande parte dos produtores e distribuidores em relação aos tipos mais recentes de embalagens de plásticos e de papelão. Esses últimos se enquadrariam como opções mais sustentáveis para o comércio (o papelão é reciclável e a caixa de plástico tem vida útil bastante elevada em relação às caixas de madeira, além de também ser recuperável). No caso da cadeia de produção e distribuição de tomates, da fazenda até a mesa do consumidor, o produto passa por diversos tipos de embalagens, que basicamente são: caixa de madeira, papelão ou plástico, quando transportados para lojas de supermercado e feiras; embalagens de isopor e filme plástico (PVC), quando acomodado em bandejas nas gôndolas de supermercados; de vidro, metal, plástico e longa vida, quando beneficiados e transformados em molhos e extratos de polpa. Logo, a exemplo do tomate, não existe solução única e eficiente para todo o sistema de logística da distribuição de alimentos, cabendo à indústria avaliar (de acordo com o cliente, transporte, etc.) o melhor tipo de material para promoção da sustentabilidade. Pesquisas Outro estudo, realizado em conjunto pelos institutos Ethos e Akatu – Práticas e perspectivas da responsabilidade empresarial no Brasil – aponta aumento significativo de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) como impacto da ascensão do consumo consciente na sociedade. Em 2004, próximo de 50% das empresas pesquisadas implantavam 11 das 55 modalidades de RSE tabeladas até então. Já em 2008, o total de ações de responsabilidade social registradas em 50% das companhias foi 22, entre 56 modalidades. De acordo com o relatório, “há uma capilaridade dos conceitos de responsabilidade social entre as empresas brasileiras, atingindo inclusive as empresas menores. Mas o envolvimento efetivo com o tema tende a ser maior entre as grandes empresas”. O investimento em novos processos, de reaproveitamento de materiais e substituição daqueles de origem fóssil pelos de origem biodegradável, é consequência desse processo. Um exemplo, é o da fabricante de plásticos Braskem: em 2005, seu Centro de Inovação e Tecnologia voltou a estudar a produção de eteno a partir de etanol - o objetivo era produzir um polietileno 100% proveniente de matérias-primas renováveis. Como resultando da retomada das pesquisas, em 2008 a companhia se tornou a primeira a receber o certificado de plástico verde do mundo. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT), também realiza estudos no desenvolvimento de plásticos a partir da cana-de-açúcar. E segundo o pesquisador da PUC-Rio, nos próximos anos as bandejas de isopor utilizadas para embalar legumes, ovos e fios, nos mercados, serão substituídas por bandejas feitas a partir do amido de milho e fécula da batata, “um material similar ao isopor, porém de origem natural e biodegradável”, completa. Mas enquanto essas novas tecnologias não são introduzidas no mercado, produtores, comerciantes e indústrias podem optar pelo uso de embalagens com menor impacto ambiental e grau de recuperação. A seguir, os prós e contras de cada tipo de material apresentado pelo pesquisador: Vidro Aspectos positivos: abundância de matéria-prima virgem; altamente higiênico; adequado ao contato com alimentos e bebidas; boa capacidade de ser retornável e reutilizável; conhecimento do grande público em relação ao retorno da embalagem; pode ser reciclado diversas vezes sem perda de qualidade do material. Aspectos negativos: alto consumo de energia na produção, na conformação e na reciclagem; riscos de poluição provenientes das fornalhas; material mais pesado quando comparado a outros (transporte); riscos de acidentes e perdas por quebra (fragilidade). Papel Aspectos positivos: matéria-prima renovável (madeira e fibras vegetais celulósicas); conhecidamente reciclável; biodegradável; facilidade e simplicidade do processo de reciclagem. Aspectos negativos: consumo de energia na produção pode ser alto; riscos de poluição na manufatura - grande quantidade de efluentes químicos líquidos, representando alto impacto ambiental; baixo valor residual para o reaproveitamento; frequentemente se apresenta laminado ou composto com outros materiais dificultando muito a reciclagem; forte associação com lixo; impacto ambiental proveniente do desmatamento (matéria prima). Plástico Aspectos positivos: a mais versátil família de materiais para embalagens; uso econômico, eficiente e bem apresentado para embalagens individuais; higiênico, adequado ao contato com alimentos e bebidas; alta resistência com pouco volume de material; excelente proteção mecânica com baixo peso (polímeros expandidos); alto ganho de energia quando incinerado; existem alguns compostos poliméricos desenvolvidos à partir de substâncias naturais, sendo conhecidos por bio-polímeros, sem o uso de petróleo e sem totalmente biodegradáveis; eficiência e facilidade nos processos de indústria a partir de sobras e na re-coformação. Aspectos negativos: derivado não-sustentável de matéria-prima fóssil (petróleo); forte associação com lixo por sua aparência; dificuldade no reaproveitamento e na separação pós-descarte a partir do lixo doméstico; a grande maioria não é biodegradável; frequentemente se apresenta laminado ou composto com outros materiais dificultando muito a reciclagem; riscos de poluição atmosférica com elementos tóxicos provenientes da incineração; perda considerável nas características e qualidades quando reciclado. Alumínio Aspectos positivos: abundância de matéria-prima virgem e para reciclagem; pode ser reciclado diversas vezes sem perda de qualidade do material; alto valor residual para reaproveitamento, estimula a separação e a reciclagem; conhecidamente reciclável. Aspectos negativos: altíssimo gasto energético para a produção de matéria-prima virgem; riscos de poluição associada ao processo de purificação e limpeza. Metais ferrosos (aços e flandres) Aspectos positivos: abundância de matéria-prima virgem e para reciclagem; uso econômico; eficiente e bem apresentado para embalagens secundárias; o material mais fácil de separar no montante de lixo devido as suas propriedades magnéticas; alto potencial de reaproveitamento (mantêm suas características e qualidades quando reciclado, mesmo após diversos ciclos de vida). Aspectos negativos: considerável consumo de energia na produção de matéria-prima virgem; alto impacto ambiental na extração de matéria-prima e no transporte; riscos de poluição proveniente das fornalhas; baixo valor residual para o reaproveitamento; baixo conhecimento do grande público em relação aos seus méritos ambientais. Longa vida Aspectos positivos: versátil para embalagens de alimentos pasteurizados; higiênicos, adequado ao contato com alimentos e bebidas; uso econômico, eficiente e bem apresentado em embalagens individuais; alta resistência com volume mínimo de material; boa proteção mecânica com baixo peso (composto de 3 materiais); atualmente há a possibilidade nos processos da indústria de recuperação a partir dos processos de separação a plasma; possibilidade na produção de outros objetos a partir de matérias-primas como os contra-placados, laminados e telhas; boas características térmicas e de resistência. Aspectos negativos: como o plástico, é um derivado não-sustentável de matéria-prima fóssil (petróleo); considerável gasto de energia e de recursos hídricos nos processos de reaproveitamento e conformação; dificuldade no reaproveitamento e na separação pós-descarte a partir do lixo doméstico. Demanda uma coleta seletiva; material composto dificultando os processos tradicionais de reciclagem; riscos de poluição atmosférica com elementos tóxicos provenientes da incineração.

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