O destino do lixo parece ser lembrado somente quando o mau cheiro e outros inconvenientes que ele traz aparecem e passam a incomodar. Ignora-se o fato de que somos responsáveis pelos resíduos que geramos. É algo que parece ser deixado de lado por puro descaso e conveniência. Infelizmente andando pelas ruas da cidade é possível encontrar lixo jogado indevidamente em terrenos baldios e calçadas. O lixo despejado indevidamente sobre o solo, sem nenhuma medida de proteção contamina tudo a sua volta e traz inúmeros transtornos. A falta de consciência sócio-ambiental coloca em risco a saúde e o meio ambiente. No período entre 1968 a 2004, a maior parte do lixo de Natal era despejado no lixão de Cidade Nova. O espaço serviu como depósito de resíduos a céu aberto e trouxe, além dos problemas ambientais ligados a esse tipo de tratamento dado ao lixo, questões sociais como à falta de condições dignas de sobrevivência para os catadores. A criação de aterros sanitários para destino do lixo é uma solução temporária. Nos próximos 20 anos o Aterro de Ceará Mirim poderá receber, aproximadamente, 1,300 toneladas de lixo por dia e depois outro lugar deverá ser disponibilizado. Nos aterros a impermeabilização do solo evita que o chorume (liquido escuro e de mau cheiro que sai do lixo) contamine o lençol freático. Lá o lixo é recoberto diariamente com uma camada de areia para evitar a proliferação de vetores e o odor desagradável. Nestes locais também não é permitido que pessoas, muito menos crianças, entrem para coletar o lixo. Mesmo com as vantagens dos aterros, não quer dizer que o lixo recolhido desaparece, ele simplesmente sai do campo de visão e vai parar em outro lugar. Apesar de todo aparato técnico dos aterros, a população deve entender que o consumo exagerado e o desperdício são grandes inimigos do meio ambiente. Infelizmente isso não acontece, inseridos em uma ótica de consumo exagerado, as pessoas estão gastando mais do que podem e acumulando uma grande dívida ambiental. Não tem Planeta que suporte tanto lixo. Educação ambiental e inclusão social: Coleta Seletiva Para amenizar a questão do lixo, uma das possibilidades é a coleta seletiva. Uma alternativa ecologicamente correta, que desvia dos aterros materiais que podem ser reciclados. Desta forma, a vida útil dos aterros é prolongada e o meio ambiente menos contaminado. Para que essa atividade funcione de uma forma sustentável é preciso educar para desenvolver. Infelizmente não existe uma fórmula universal para que essa educação e conscientização aconteçam. Pois cada cidade possui necessidades e realidades diferentes. O importante é que as pessoas se preocupem com a qualidade de vida adotando o reaproveitamento do lixo. Em Natal, o trabalho da coleta seletiva é desenvolvido por associações formadas por ex-catadores do antigo lixão. O lixo passou a ser a renda fixa dessas pessoas, que antes não possuíam sequer, condições mínimas de sobrevivência. Estes cidadãos recuperaram sua dignidade através de um trabalho, que prima pela difusão de políticas sustentáveis. Aprenda como fazer a coleta seletiva em casa Separe os materiais, isolando o lixo seco do molhado. O seco consiste em embalagens longa vida, latas, vidros, papéis, revistas e jornais. O úmido ou orgânico é composto por restos de comida, folhas e papéis sujos. É importante tomar cuidado com a contaminação dos materiais envolvidos. Um material reciclável em contato com óleos, graxas, colantes, solventes etc., não pode ser reaproveitado. A separação correta dos materiais é fundamental para que a reciclagem seja realizada com sucesso. Infelizmente ainda existem locais onde o serviço de coleta do material reciclável não é oferecido. Neste caso, você pode buscar alternativas para destinar seu lixo limpo. Entregar diretamente para cooperativas de catadores ou pontos de entrega do lixo reciclado. Se cada um contribuir fazendo a sua parte teremos um planeta mais saudável e uma melhor qualidade de vida hoje e no futuro.