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Assunto: PET ou vidro: qual a luz no fim do túnel?
País: Brasil
Fonte: reciclaveis.com.br
Data: 2/2012
Enviado por: Rodrigo Imbelloni
URL: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00803/0080317luz.htm
Curiosidade (texto):
Devemos realizar uma análise crítica sobre uma situação que hoje nos cerca: a do lixo que geramos todos os dias. Esta questão tem levado a sociedade a uma reflexão sobre o retorno dos vasilhames de vidro em detrimento às disseminadas garrafas de politereftalato de etila, ou seja, as PET. Penso que este processo é uma cadeia que envolve no mínimo cinco grandes responsáveis. Primeiro, os fabricantes de embalagens descartáveis, que se dividem nos que as produzem de fato e os que as usam para embalar seus produtos. Estas embalagens representam para os fabricantes processo de produção fácil e de alta produtividade, além de simplificação no uso de tecnologias limpas e número reduzido de pessoal, e contribui para reduzir o seu custo drasticamente. Em segundo lugar, os transportadores que, ao longo dos anos, também foram beneficiados, pois os produtos acondicionados em embalagens descartáveis só precisam ser levados ao seu destino, sem retornarem. No mesmo nível, os pontos de vendas também têm sua parte. O crescimento do portfólio de produtos fez com que os estabelecimentos comerciais não dispusessem mais de espaço suficiente para o estoque de retornáveis vazias. Ainda, noutro patamar, o poder público tem importante fatia de responsabilidade. Mais de 90% dos municípios do Brasil não possuem coleta seletiva de lixo. Muitas vezes nós, pessoas comuns que pagam impostos, não têm nem mesmo lixeiras para colocar um papel de bala enquanto caminhamos pelas ruas. Um descaso com algo que tem a ver com higiene e saúde de todos. Garrafas de PET são importadas para que, aqui no Brasil, sejam recicladas e transformadas em diversos insumos. Lixo que não é lixo vindo de outros países. Uma controvérsia, pois, como não há coleta seletiva, as PET estão indo para o lugar errado: os lixões. Onde está a fiscalização dos órgãos ambientais, que deixam os municípios sem cumprir as leis, das quais uma delas os obriga a terem coleta seletiva de lixo? Talvez, o mais correto seja promover a conscientização da população para a seleção do lixo. Com uma educação mais direcionada, talvez as garrafas de PET não apareceriam com tanta freqüência na beira dos rios. Agora, imaginem como ficam os lixões, que abrigam materiais de todas as espécies, os quais se decompõem, viram chorume e são conduzidos diretamente aos lençóis freáticos pela percolação no solo. A decomposição orgânica acontece em 60 dias e a de uma garrafa de plástico leva 500 anos, tempo no qual estas virarão pó e a sua contaminação será irrisória se comparada à do lixo orgânico contaminado. E, por último, o que cabe a nós, consumidores? Todos queremos facilidade e agilidade em nossas vidas. Não temos mais paciência para levarmos vasilhames para trocar no supermercado, mesmo sabendo que estes conservam mais o sabor do que as garrafas PET. Sei que é um erro, mas o mercado caminhou para este lado e, ao menos por enquanto, não vejo chance de o vidro retornar, a não ser por força de lei. Não sou defensor das embalagens descartáveis, só não gosto de ver as pessoas criticarem sem a devida avaliação técnica nem mensurando a problemática do lixo na sua devida dimensão. Por considerá-las altamente poluentes, há quem defenda o retorno ao mercado das garrafas de vidro para os refrigerantes em vez das PET. O que temos que considerar, no entanto, é que uma produção de refrigerantes em garrafas de vidro também imprime impacto na natureza, tanto ou mais do que uma de PET. Para a lavagem das garrafas que voltam do mercado é preciso usar água quente em caldeiras, o que faz queimar combustível e gerar gases à atmosfera, além de usar soda cáustica como sanitizante e removedor. Ainda, toda a água suja necessita ser tratada num processo de tratamento de efluentes. Em alguns estados já existe lei que obriga as indústrias a recolherem as embalagens descartáveis, o que corre o risco de não transcorrer da melhor maneira devido à falta de estrutura de fiscalização. Talvez, com a entrada da Política Nacional de Resíduos Sólidos (em fase de elaboração), tenhamos uma "luz no fim do túnel", pois esta política deverá levar em consideração todas as variáveis que envolvem um problema complexo que é o lixo gerado por todos nós. Fonte: Gazeta Mercantil

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