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Assunto: ‘Gomorra’ desnuda o tráfico dos resíduos industriais na Itália
País: Brasil
Fonte: http://www.mafiadolixo.com/2009/01/‘gomorra’-desnuda-o-trafico-dos-residuos-industriais-na-italia-parte-1/
Data: 4/2012
Enviado por: Rodrigo Imbelloni
URL: http://www.mafiadolixo.com/2009/01/‘gomorra’-desnuda-o-trafico-dos-residuos-industriais-na-italia-parte-1/
Curiosidade (texto):
O livro Gomorra, de autoria do jornalista Roberto Saviano, desnuda o lixo da Itália. Saviano relata em sua obra (virou fenômeno de venda) os caminhos do tráfico dos resíduos industriais. O sul da Itália é o destino final de todo o lixo tóxico da escória da produção. Diz Roberto Saviano que “a zona mais atingida pelo câncer do tráfico de resíduos tóxicos encontra-se entre as cidades de Grazzaniese, Cancello ad Arnone, Santa Maria la Fossa, Castel Volturno e Casal di Príncipe – quase 300 quilômetros quadrados de extensão – e no perímetro napolitano de Giugliano, Qualiano, Villa Rica, Nola, Acerra e Marigliano. Nenhuma outra terra no mundo ocidental teve uma carga maior de lixos variados, tóxicos e não-tóxicos, despejados ilegalmente. Graças a esse negócio, o faturamento que caiu nos bolsos dos clãs mafiosos e de seus mediadores atingiu, em quatro anos, 44 bilhões de euros. Um mercado que teve nos últimos tempos um incremento total de 29,8% comparável somente a expansão do mercado da cocaína. Dos fins do ano 1990 em diante, os clãs camorristas se tornaram os líderes continentais no escoamento de resíduos. No território de Giugliano na Itália foi descoberta uma mina desativada repleta de lixo. A maior parte do tráfico de detritos tóxicos tem uma direção única: “norte-sul”. Desde os fins dos anos de 1990, um milhão de toneladas de resíduos foram acabar em Santa Maria Capua Vetere. O bispo de Nola define o sul da Itália como o aterro clandestino da Itália rica e industrializada. O mecanismo de despejo de resíduos ilícitos começa com empresários de grandes empresas ou também de pequenas empresas que querem pagar preços irrisórios para se livrar dos resíduos dos quais nada mais é possível extrair senão custos. Depois entram em ação os titulares de centros de armazenagem que aumentam os volumes e alteram seus conteúdos, recolhendo resíduos e em muitos casos misturando-os com lixo comum, diluindo a concentração tóxica e desclassificando, relativamente ao Catálogo Europeu de Rejeitos, a periculosidade dos dejetos tóxicos. Profissionais são fundamentais para rebatizar uma carga de lixo tóxico. Muitos fornecem um formulário de identificação falso com códigos de análises mentirosas. Depois há os transportadores que percorrem o país para chegar ao lugar determinado para descarregar, e por fim há os descarregadores. Elementos necessários para fazer funcionar todo esse mecanismo são os funcionários públicos que não fiscalizam, nem verificam as várias etapas das operações ou os que entregam as administrações de minas e aterros as pessoas claramente inseridas nas organizações criminosas. Os verdadeiros artífices das transações são os stakeholders, ou seja, os intermediários interessados no negócio. São os stakeholders os verdadeiros gênios criminosos do negócio do aterramento ilegal de lixos perigosos. A ‘Operação Houdini’, na Itália, demonstrou que em um único equipamento na região de Vêneto movia ilegalmente cerca de 200 mil toneladas de resíduos industriais por ano. A ‘Operação Cassiopéia’, também promovida pelas autoridades italianas, demonstrou que toda a semana partiam do norte para o sul 40 carretas repletas de resíduos (cádmio, zinco, borra de verniz, lama de depuradores, plásticos diversos, arsênico e chumbo) que eram despejados e enterrados no solo. A direção norte-sul era a preferida dos traficantes. Muitas empresas do Vêneto e da Lombardia, por intermédio dos stakeholders, adotaram um território na região napolitana ou caserana, transformando-o em um enorme depósito de lixo. Estima-se que, nos últimos 5 anos, tenham sido escoados ilegalmente cerca de 3 milhões de toneladas de resíduos de todo o tipo na Campânia, dos quais um milhão somente na província de Caserta. Nem mesmo a região ambientalista da Itália escapou dos traficantes. Um papel relevante na geografia dos tráficos ilícitos tem sido desenvolvido pela Toscana, a região mais ambientalista da Itália. Ali se concentram diversos níveis dos tráficos ilegais, da produção a intermediação, todos descobertos em três investigações: a Operação ‘Rei Midas’, a ‘Mosca’ e a ‘Agricultura Biológica’.”

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