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Assunto: Reciclagem de pneus e cintos de segurança
País: Brasil
Fonte: Blog Carol Daemon
Data: 9/2013
Enviado por: Rodrigo Imbelloni
URL: http://caroldaemon.blogspot.com.br/2013/07/reciclagem-de-pneus-e-cintos-de.html
Curiosidade (texto):
"O que é a ecologia? Um táxi pintado de verde?", Eduardo Galeano Particularmente nada em reúso de pneus me agrada. Quem for leitor mais atento do blog vai notar que a reciclagem artesanal não é muito bem vinda por aqui. Minhas razões muitas: 1. Geralmente o resultado é horroroso, salvo nobres e raras exceções. Não existe um designer dentro de todos e ecodesign é ainda mais desafiador, justamente porque impõe limitações. 2. Um pote de margarina, batata pringles, vidro de maionese ou seja lá o que for é uma embalagem inútil. Se o produto industrializado-processado é uma porcaria e só faz mal à saúde, além de financiar o cartel da agroindústria que leva os produtores rurais à falência, porque eu haveria de comprar nescafé e ainda me dar por satisfeita de colocar uma capinha de croché, se posso tomar meu café orgânico produzido pela agricultura familiar e embalado num saco simples? Por que manter uma coleção de vidros de maionese reutilizados e grosseiramente decorados com coisas como cola colorida e paetês, se a maionese caseira feita em ovos orgânicos com limão galego e até azeite extra virgem de procedência controlada e cultivo biológico é muito mais saudável, deliciosa e barata? Mesmo que algumas embalagens sejam indispensáveis, é mais honesto deixar numa cooperativa de reciclagem para beneficiar mais pessoas. Se há muitas embalagens na sua casa é porque você compra errado, compre a granel e veja que o volume vai reduzir em uns 90%. Não, não dá. O pior é que eu sempre recebo emails e links no Facebook de pessoas bem intencionadas com seu brinquedinho em pet. Não me levem a mal, mas o pet é uma embalagem derivada de petróleo que embala um refrigerante e, se todo refrigerante ainda consome em média 30 litros de água para cada litro da bebida, onde está exatamente a sustentabilidade nisso tudo? E o brinquedinho é sempre tosco. Além de cafoninha, ainda estimula as crianças que recebem essa (des)educação ambiental a comprar mais pet para fazer mais brinquedinhos que nunca vão chegar aos pés do game que eles realmente querem. Eu estou para falar exclusivamente desse mito, a reciclagem artesanal e seus horrores, mas hoje vou me conter e falar só de pneus. Antes que alguém reclame que não dá para recapear tantos pneus, que nem todos os municípios brasileiros têm aterros, que a logística reversa não atende à demanda, minha resposta é uma só: Então precisa de transporte coletivo melhor para ter menos carros de passeio e com isso menos pneus sendo descartados. País desenvolvido não é aquele onde a classe C pode comprar um seminovo, mas onde há transporte público de qualidade de Norte a Sul para todos. Se chegamos ao ponto de transformar pneus em matéria prima é porque a solução não é mais a reciclagem, mas mudar o trânsito, afinal já existe mais de 1 bilhão de carros no mundo. Para lembrar sempre: O Brasil é o único país do mundo que transporta ferro e aço em caçamba de caminhão. Nossos caminhoneiros, ou carreteiros, trabalham por empreitada, sem carteira assinada, aposentadoria ou plano de saúde. Dobram jornadas, a base de estimulante, em estradas esburacadas e veículos muitas vezes não vistoriados. Estatística oficial: O Brasil descarta anualmente em média 30 milhões de pneus usados que, além de serem fabricados a partir da borracha (polímero oriundo de prospecção de petróleo), deixam um passivo ambiental caro. As estimativas chegam a 600 anos até ele virar pó. Além disso, quando queimado ao ar livre, o pneu solta uma fedorenta fumaça negra, que obviamente é poluente. No leito dos rios, eles atrapalham o fluxo natural das águas. E jogar pneu fora, em qualquer lugar, depois de recauchutá-lo várias vezes, parece ser uma prática indiscriminada. Apesar de não haver um dado oficial ou sistematicamente pesquisado, as estimativas são de 30 milhões de pneus jogados por ano. De qualquer modo, somente na limpeza do rio Tietê, entre 2002 e 2006, 120 mil pneus foram encontrados jogados nas águas poluídas do rio paulista. Aliás, os pneus cheios de água foram considerados os grandes demônios da época da dengue.
Ilustração:

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